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¨É a economia, estúpido!¨

Calma, a frase não é minha, mas uma citação clássica de James Carville, estrategista de Bill Clinton, em sua campanha presidencial em 1992.


Em síntese, ele dizia que a economia decidia a eleição, por mais que se alterasse os demais fatores, por uma razão simples; coração e razão se digladiam nos debates, mas é o bolso que define o voto, em especial na base da pirâmide social.



Logo, as belas análises que discutem nomes para 2026 se limitam ao exercício da avaliação política e, fundamental reconhecer, os números da economia podem, e geralmente o fazem, são imprescindíveis para uma leitura confiável.


Se a avaliação, se limitar aos aspectos políticos, assistimos uma convergência de opiniões; direita dividida, Lula fecha conta com tranquilidade, direita unida, um único nome com aval de Bolsonaro, e de novo a chegada será milimétrica, todavia, não tem pandemia ou atenuante, a economia terá papel relevante na definição de votos, podendo forçar a balança para um ou outro lado.


Em leitura pessoal, diria que, exclusivamente com dados políticos, apenas uma chapa única, com impressão digital de Bolsonaro, por sugestão Tarcísio e Michele de vice, é páreo para a reeleição de Lula, porque qualquer candidato, de qualquer escalão, neste país, é favorito simplesmente porque disputa a eleição com a caneta na mão.


Todavia, a matriz econômica, permeada de macro fatores, exógenos e fora do controle dos agentes internos, além das variáveis que podem ser administradas por ações do governo, juros e câmbio em especial, pode ser um fator acima do duelo dos polos ideológicos.


Se avaliar fatores político partidários já é uma missão espinhosa, a previsão econômica é ainda mais complexa, com tanta antecedência. Mas, apenas em exercício diante das variáveis disponíveis, a possibilidade que a economia ofereça um cenário superior a 2022 é bastante previsível. Serão quatro anos de Lula sem pandemia e com o conflito Rússia x Ucrânia já “precificado” na economia mundial e com o conflito Israel x Palestina com muito mais glicerina no aspecto humano que econômico.


O cenário econômico brasileiro aponta uma queda gradual dos juros, por todo o ano de 2024, inflação sob controle e nenhum motivo apontando para um descontrole cambial. Tudo isto indica um controle do nível de empregabilidade, com espaço ainda para evolução, fatores que se somam e apontam para um crescimento lento, mas sólido do consumo das famílias. Todos os fatores apontam para cima, mas não se sustentam no longo prazo sem aumento do nível de investimento, superado este item, é bem razoável apostar em uma economia melhor nos anos seguintes de Lula 3.


Nada que justifique uma aposta, mas que parece indicar uma tendência com boa expectativa, segura para 2024 e provável para 2025, porém nada que permita esticar a leitura para 2026 porque, atualmente, dois anos é longo prazo na economia mundial.


Lógico que há um caminhão de fatores circulando na mesma estrada, alguns com placa de material inflamável, especialmente aqueles na fronteira da política com a economia, e um ajuste em andamento das relações institucionais entre os três poderes que podem desestabilizar este quadro, muito sujeito a tremores.


Preciso também registrar minha preocupação com a cadeira presidencial brasileira. O que há nela que faz seus ocupantes perder a noção de bom senso e virarem especialistas em falarem besteira, principalmente na Diplomacia?

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