Trump, Turbulência e Incerteza Geopolítica
- Nelson Guerra
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Por Professor Nelson Guerra - Analista Político
Após dias de tensão nos mercados internacionais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou parcialmente de sua escalada tarifária, acalmando temporariamente os investidores. No entanto, o estrago já estava feito. É provavelmente irreversível. Bilhões de dólares em valor de mercado foram evaporados em poucas sessões, e a credibilidade dos EUA como âncora da economia global foi abalada.

Recuo nas tarifas não repara o dano à economia global. Segundo analistas do Goldman Sachs e do FMI, a volatilidade gerada pela política comercial errática de Trump pode ter efeitos duradouros. "Os investidores agora veem o Tesouro Americano não mais como um porto seguro, mas como um ativo sujeito aos humores de uma administração imprevisível", afirmou Janet Yellen, ex-presidente do Federal Reserve, em entrevista ao Financial Times.
A Queda do "Excepcionalismo Americano"
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, os EUA foram o pilar da estabilidade econômica e política global. No entanto, a gestão Trump parece ter acelerado o declínio desse consenso. "Estamos testemunhando um suicídio geopolítico", declarou Ian Bremmer, presidente da Eurasia Group. Trump trocou décadas de liderança estratégica por uma política de tiros no pé, sem um plano claro para o dia seguinte.
Esse suicídio aconteceu em nome de um eleitorado que sinalizou que não vale mais o que os Estados Unidos representaram desde a década de 1940. A partir da Casa Branca, com moral estufada, Trump promoveu a destruição sem precedentes e sem que ninguém saiba ao certo o que vem no lugar.
Dados do Banco Mundial mostram que, no início de 2024, os EUA lideravam o crescimento entre as nações do G7. Três meses depois, a incerteza política e as guerras comerciais já refreiam projeções. A OCDE revisou sua estimativa para o PIB americano, reduzindo-a em 0,5 ponto percentual apenas neste trimestre.
Guerra Comercial com a China: O Conflito que Não Acabou
Enquanto Trump amenizou tarifas contra aliados como Canadá e União Europeia, manteve as medidas contra a China, com taxas que ultrapassam 100% em setores estratégicos. Pequim já anunciou retaliações, incluindo restrições a empresas americanas de tecnologia.
"Isso não é uma negociação — é uma guerra fria econômica", alertou Stephen Roach, economista-chefe da Morgan Stanley Asia. Em consequência disso, a China está se preparando para um conflito prolongado, diversificando suas reservas e reduzindo a dependência do dólar.
O Que Vem pela Frente? Inflação, Desaceleração e Novas Alianças
A primeira onda de pânico nos mercados pode ter passado, mas as consequências persistem:
· Inflação global: O FMI alerta para pressões nos preços de commodities devido às barreiras comerciais.
· Fuga para ativos alternativos: Ouro e criptomoedas atingiram máximas históricas em meio à desconfiança no dólar.
· Rearranjo geopolítico: A UE e o Japão aceleram acordos bilaterais, enquanto a China fortalece laços com Rússia e África.
Conclusão: Um Vazio de Liderança
Trump pode ter recuado taticamente, mas a desconfiança na política econômica dos EUA já se instalou. O maior dano não está nas tarifas, mas na percepção de que os EUA não são mais um parceiro confiável. Enquanto isso, o mundo se prepara para uma nova ordem — menos estável e mais fragmentada.
Eu estou achando que ele, na verdade, amputou as pernas! Hehehehe...
Trump é, de fato, um expoente da delinquência que ele representa.