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Tesouro Americano: E se a China Vendesse Agora Todos os Títulos Americanos Que Possui?

Atualizado: há 10 horas

Por professor Guerra, analista político


A China detém atualmente US$ 759 bilhões em títulos da dívida americana (Treasuries), tornando-se o segundo maior credor estrangeiro dos EUA, atrás apenas do Japão. Nos últimos anos, Pequim vem reduzindo sua exposição a esses ativos, em meio a tensões comerciais e geopolíticas com Washington. Mas o que aconteceria se a China decidisse liquidar toda sua posição de uma só vez?


Produzido por IA – Nelson Guerra
Produzido por IA – Nelson Guerra

A Posição da China no Mercado de Treasuries


 (Treasuries são títulos de dívida emitidos pelo governo dos Estados Unidos para financiar suas operações e projetos. Alguns desses títulos tem prazo de pagamento de até 30 anos. China comprou e possui US$ 759 bilhões desses títulos ou, em outras palavras, os EUA devem esse valor ao governo chinês)


A China acumulou uma enorme carteira de dívida americana ao longo das últimas décadas, como forma de equilibrar seu superávit comercial e manter a sua moeda yuan estável. No entanto, desde o início das guerras comerciais durante o governo Trump (2018-2020), Pequim vem diminuindo suas reservas em dólares, buscando reduzir sua dependência do sistema financeiro ocidental.


Segundo dados do Departamento do Tesouro dos EUA, a participação chinesa já foi superior a US$ 1,3 trilhão em 2013. A redução gradual sugere uma estratégia de diversificação, com maior investimento em ouro, commodities e títulos de outras economias.


Impacto nos EUA: Juros Mais Altos e Dólar Sob Pressão


Se a China decidisse vender todos os seus títulos do Tesouro americano (Treasuries) de uma só vez, os efeitos seriam profundos e abrangentes.


Uma liquidação abrupta inundaria o mercado com uma oferta maciça desses títulos, forçando os EUA a elevar os juros para atrair novos compradores. Com isso, o custo do endividamento do governo americano aumentaria significativamente, impactando gastos públicos, investimentos em infraestrutura e até mesmo programas sociais.


Além disso, o excesso de oferta de Treasuries poderia enfraquecer a demanda pelo dólar, levando a uma desvalorização da moeda americana. Essa depreciação cambial teria efeitos inflacionários nos EUA, encarecendo importações e pressionando o poder de compra dos consumidores.


Ao mesmo tempo, a incerteza gerada por uma medida tão drástica provocaria turbulência nos mercados financeiros globais, com possíveis efeitos dominó em ativos de risco, como ações e títulos corporativos.


Consequências para a China: Um Movimento Arriscado


Apesar do impacto negativo que uma venda em massa teria sobre os EUA, a China também enfrentaria sérias consequências.


A liquidação repentina de seus Treasuries promoveria ao mercado chinês perdas financeiras, pois depreciaria o valor dos títulos remanescentes em seu portfólio, reduzindo o valor de suas reservas internacionais.


Além disso, o valor US$ 759 bilhões em ativos teria dificuldades de realocação, pois conquistar ativos alternativos seria um desafio monumental, já que não há mercados suficientemente líquidos para absorver um volume tão grande sem causar distorções de preço.


Outro risco seria a possibilidade de retaliações econômicas por parte dos EUA, que poderiam impor novas sanções ou restrições comerciais, intensificando ainda mais a guerra econômica entre as duas potências.


Por Que a China Provavelmente Não Adotará Essa Medida?


Especialistas consideram altamente improvável que a China decida liquidar toda a sua posição em Treasuries de uma vez. Como afirmou Scott Bessen, Secretário do Tesouro dos EUA, "seria um ato de autossabotagem financeira".


Em vez de uma medida radical, a estratégia mais provável é que Pequim continue reduzindo sua exposição de forma gradual, como vem fazendo desde 2016.


Paralelamente, a China tem diversificado suas reservas, aumentando investimentos em ouro e ativos denominados em outras moedas, como euros e ienes.


Outro pilar dessa estratégia é o fortalecimento do yuan digital, a moeda chinesa, que visa reduzir a dependência chinesa do sistema financeiro liderado pelo dólar.


Dessa forma, a desconexão em relação aos Treasuries deve ocorrer de maneira controlada, sem desestabilizar os mercados ou prejudicar os interesses econômicos da própria China.


Conclusão: Uma Bomba Financeira que Ninguém Quer Detonar


Enquanto a rivalidade EUA-China persiste, uma venda em massa de Treasuries permanece como uma arma hipotética – cujo uso prejudicaria ambos os lados. A estratégia mais provável é uma desconexão lenta e calculada, com Pequim buscando reduzir riscos sem desestabilizar os mercados.


Com dados: do Tesouro Americano, FMI e Bloomberg.



 

 

 

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