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Foto do escritorGedeon Lidório

Por uma teologia da morte no casamento

Ouço e leio muita coisa e algumas delas me chamam mais atenção que outras. Algumas me levam a suspirar por uma teologia da morte no casamento.

 


Algo que sempre chama minha atenção é quando vejo pessoas (homens ou mulheres) falando sobre submissão feminina no casamento a partir de conceitos bíblicos e teológicos e o ponto em questão sempre é: a mulher deve ser submissa ao homem para cumprir seu propósito no casamento. Esse é o ponto nevrálgico.

 

A grande questão aqui é que, para falar da submissão feminina no casamento, preciso primeiro falar da posição do homem no casamento.

 

No texto que Paulo evoca a submissão feminina (Efésios 5) ele fala várias coisas que são meio que ignoradas (de propósito) para chegar a um objetivo que trará a mulher para o “verdadeiro” lugar dela no casamento. Vejamos alguns destes pontos.

 

Sujeição mútua

 

Em primeiro lugar, o versículo 21 é chave para o entendimento de todo o contexto (Efésios 5.21) – ele diz: “Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.

 

A sujeição (ou submissão) é, ou seja, ambos (marido e mulher) são colocados no mesmo patamar: que precisam sujeitar-se um ao outro.

 

Poderíamos parar por aqui, mas ainda tem mais.

 

O lugar do homem no casamento

 

No versículo 25 está escrito: “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela”.

 

Talvez esta seja um entrave para muitos homens entenderem, pois, antes de esperar que sua mulher seja submissa a você, você deve morrer por ela.

 

No início do capítulo 5, Paulo escreve: “e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Efésios 5.2).

 

Não é apenas disposição, mas prática

 

Maridos, não é estar disposto a morrer e nem mesmo dizer que fará tudo por ela. Não é afirmar que se entrar um ladrão em casa você a manterá segura; não é dizer que entra na frente dela numa bala certeira. A questão aqui é prática e não teórica, ou seja, MORRA primeiro, espere a submissão depois – assim como Cristo fez, faça.

 

Quando Cristo morreu, dentre os muitos significados, sentidos e implicações, da sua morte, está aí também, inserido em sua morte o NÃO FAZER SUA PRÓPRIA VONTADE, mas a vontade daquele que o enviou. O passe de mim esse cálice, numa oração de Cristo ao seu Pai, o levou para a decisão da morte para sua própria vontade e o cumprimento da vontade de Deus: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22.42).

 

Desenhando

 

Vou explicar melhor – primeiro você (marido) morre para sua própria vontade e faz a vontade de Deus. Se entrega de maneira bem real a Deus que só a vontade dele é que importa para você. A partir disso, somente então, é que a esposa pode e deve sujeitar-se à VONTADE DE DEUS através da união que ela tem com você.

 

Não me diga que você pensou mesmo que a sua esposa deveria se sujeitar a você para cumprir sua vontade? Não é a sua vontade que importa, mas a de Deus. Não é a sua palavra que importa, mas a Deus. Não é o seu desejo que importa, mas o de Deus.

 

Submissão no casamento nunca tem a ver com a mulher cumprir a vontade do marido; se o marido ainda tem vontade, ele não é marido, é um déspota, abusador e que não se coloca diante de Deus como um homem deve se colocar: em sujeição completa.

 

Não exija aquilo que você não deu!

 

Então, eu como marido, não tenho vontade, mas faço o que Cristo fez: nego a mim mesmo, nego os meus desejos, nego a minha vontade, nego os meus planos e faço a única coisa que devo fazer: a vontade de Deus. Quando (e somente aí) você como marido puder falar as palavras de Jesus no Getsêmani é que poderá esperar que sua esposa se submeta a Deus (assim como você o fez) no casamento.

 

E no final, lembre-se: “Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo”.

 

Pr. Gedeon Lidório

Instagram: @gedeonlidorio

 

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