Por: Clóvis Melo, jornalista e gestor
Com três semanas à frente da administração de Maringá e tendo os principais cargos da gestão ocupados, o prefeito Silvio Barros começa a enfrentar os desafios do terceiro mandato à frente da prefeitura municipal. Vamos analisar alguns deles e, para isso, dividi o texto em três partes. Aqui vai a terceira e ultima parte:
11) Mobilidade urbana
Maringá tem um dos maiores índices de carros/população do País. Neste início de ano, como acontece sempre, está fácil andar de automóvel pela cidade. A volta às aulas, o retorno das férias dos trabalhadores, tudo isso trará de volta os velhos problemas de congestionamentos em vias como a Brasil, Joubert de Carvalho, Duque de Caxias, Morangueira, 19 de Dezembro/Mandacaru, Tuiuti, apenas para citar algumas. E, claro, da Colombo, seja no trevo do Catuaí ou no limite com Sarandi. O transporte coletivo não estimula as pessoas a deixarem o carro na garagem. Falando nisso, a dúvida é sobre o reajuste da tarifa de ônibus em 2025 - surpresas devem vir por aí.
12) Planejamento urbano
Conciliar as necessidades da cidade com os interesses dos habitantes e de grupos econômicos é extremamente complexo. Alguém sempre vai ficar infeliz ou se sentir prejudicado. O crescimento da cidade passa pela liberação de novos loteamentos e um dos gargalos é a autorização pelos órgãos ambientais. Outro é o zoneamento urbano estabelecido pelo Plano Diretor. O PROZEIS foi uma grande sacada da administração anterior, resta saber se SB seguirá mantendo e investindo nesse projeto.
13) Marca pessoal
Político que se preze quer deixar algo que seja lembrado pela população nos anos vindouros, normalmente alguma obra de impacto ou ação de grande alcance. Ulisses teve muitas, como a Carlos Borges, o Natal, a transparência na administração ou os muitos shows, para citar algumas. Nas propostas de SB não há nada que possamos entender como marca pessoal, e é até compreensível, já que o primeiro orçamento do município sob a nova gestão foi elaborado pela administração passada. Acredito que neste ano, o novo prefeito guardará alguns momentos para decidir qual será a marca dessa sua 3ª administração — e não será o estacionamento subterrâneo no Eixo Monumental ou as novidades anunciadas para a área do aeroporto.
14) Lua de mel
Antes das redes sociais, o Executivo tinha cerca de um ano para trabalhar com tranquilidade até que as críticas aparecessem com força. Hoje, são menos de seis meses e, dependendo das ações do prefeito ou secretariado, pode cair para três meses. Menos tempo para refletir e trabalhar com calma e reflexão, ou seja, mais pressão, é igual a maior chance de errar. O que leva a mais pressão e assim sucessivamente, criando um círculo nada virtuoso e que afeta a resolutividade dos problemas da cidade.
15) Manutenção do bom
Aqui há duas abordagens. A primeira é a de manter quem se destacar na administração, o que leva, claro, a retirar quem não desempenhar a contento. Por isso, é importante não nomear pessoas que não possam ser mandadas embora (familiares, por exemplo).
A outra abordagem é a de projetos de gestões passadas, que são bons mas que levam a marca do antigo administrador. Uma saída esperta é dar um batom na ação, mudar o nome, reinaugurar o projeto e bola pra frente. A outra é simplesmente “desplugar da tomada”, mesmo quando isso não é bom para a cidade. De toda a forma, as duas abordagens serão respondidas com o tempo.
Aliás, sobre o secretariado, comenta-se que em seis meses já teremos mudanças, antes mesmo do prazo “normal” dos 365 dias para a primeira reforma (que coincide com as eleições de 2026).
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