Os Desafios de Silvio Barros - Parte II
- Clovis Melo
- 29 de jan.
- 2 min de leitura
Por: Clóvis Melo, jornalista e gestor
Com três semanas à frente da administração de Maringá e tendo os principais cargos da gestão ocupados, o prefeito Silvio Barros começa a enfrentar os desafios do terceiro mandato à frente da prefeitura municipal. Vamos analisar alguns deles e, para isso, dividi o texto em três partes. Aqui vai a segunda parte:
6) Licitações
Trata-se da lição de casa que todos julgam ser simples, mas tem níveis de complexidade extremos.
Começando pela nova Lei de Licitações, que colocou mais etapas na elaboração do procedimento administrativo, algumas delas bem trabalhosas e, por isso, demoradas. Se, antes, o tempo médio entre a elaboração e início do contrato em uma licitação era de seis meses, hoje esse prazo já passa de oito meses. Em licitações mais complexas, iniciar com antecedência de um ano do final do contrato em vigor já é realidade. E sempre torcendo para que nada dê errado, caso contrário fica sem o produto/serviço ou é obrigado a fazer uma dispensa, o que volta e meia provoca questionamentos dos órgãos fiscalizadores.
7) Orçamento
Mesmo com mais de 3 bilhões de reais previstos para 2025, o caixa do Tesouro tem fundo e ele aparece quando menos se espera. A visibilidade de uma secretaria e, por consequência, do titular da pasta, está condicionada a bons projetos e disponibilidade de recursos. Só o feijão-com-arroz da administração já leva quase 85% do volume total do orçamento. Os 15% restantes terão a pressão das muitas promessas feitas durante a campanha. Haverá dinheiro para tudo? Minha experiência diz que não, e estabelecer prioridades tem como consequência criar descontentamento em alguns setores.
8) Obras
Aditivos e prazos vencidos para conclusão de obras sempre foram um problema em todas as administrações, e a de SB não será exceção. Infelizmente, há muitas empresas ruins que vencem licitações, algo que a nova Lei de Licitações não conseguiu resolver. Dependendo do tipo da obra, as condições climáticas interferem decisivamente na conclusão, e hoje vivemos mudanças drásticas no tempo. Além disso, o mundo globalizado traz questões que interferem na cidade.
A pandemia foi um exemplo disso, a especulação econômica, principalmente do câmbio, é outro caso do planeta mexendo com o município.
9) Índice da LRF
A gestão passada entregou a prefeitura dentro do limite prudencial do índice de comprometimento da folha, frente à receita líquida, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Novas contratações via concurso serão necessárias, para várias secretarias - Saúde é uma delas, e onde os salários estão entre os mais altos da administração. Equilibrar a necessidade de mais servidores com as imposições da LRF não será simples.
10) Economia
Os reflexos da pandemia não ficaram apenas na Saúde, mudaram a maneira como as pessoas consomem, trabalham e até mesmo como se locomovem ou se comunicam. Maringá tem um perfil empreendedor e cooperativista, o setor de serviços é um dos pilares da nossa economia. Favorecer micro e pequenos empreendedores em um mundo superconectado, mediado pela inovação e extremamente dinâmico, sem perder de vista as grandes empresas (e atração de novas) tomará bastante tempo e neurônios.
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