Pelo menos 7.286 casos de febre oropouche atingem 21 estados brasileiros, afirma em nota o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (2). Até a última semana, eram 16 estados.
A maior parte dos casos foi registrada no Amazonas (3.224), Rondônia (1.709) e Bahia (831), de acordo com a última atualização da base do ministério no último domingo (28). Os estados com menos casos são Tocantins (2), Sergipe (2), São Paulo (2) e Paraíba (1). Um óbito em Santa Catarina está em investigação.
No dia 25 de julho, o ministério confirmou as primeiras duas mortes pela doença no mundo, que ocorreram na Bahia. Os casos são de mulheres do interior com menos de 30 anos, sem comorbidades, mas que tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.
A oropouche é uma arbovirose, com sintomas parecidos com os da dengue, chikungunya e algumas formas de zika: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. É transmitida principalmente pela picada do mosquito infectado Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
O Ministério da Saúde diz que montou três grupos de pesquisa para entender melhor o mosquito transmissor da doença e o comportamento do vírus no organismo, além de acompanhar estudos científicos em andamento. Também mantém monitoramento de casos e possíveis óbitos por meio da Sala Nacional de Arboviroses.
INVESTIGAÇÃO DE TRANSMISSÃO VERTICAL DA DOENÇA
Estão em investigação nove casos de transmissão vertical de oropouche: cinco em Pernambuco, um na Bahia e três no Acre, escreveu o ministério. Cinco destes evoluíram para óbito fetal e quatro apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. As análises procuram entender se há relação entre a oropouche e casos de malformação ou abortamento.
No mês passado, o ministério alertou que o Instituto Evandro Chagas (IEC) havia confirmado a transmissão vertical do vírus, presente em um caso de morte fetal e em anticorpos em amostras de quatro recém-nascidos.
As autoridades recomendam a vigilância na gestação e o acompanhamento de bebês de mulheres com suspeita clínica de arboviroses -dengue, zika, chikungunya e febre oropouche.
COMO EVITAR A FEBRE OROPUCHE
O mosquito maruim prefere materiais orgânicos, explica o ministério. É recomendado que a população mantenha quintais limpos, evitando o acúmulo de folhas e lixo orgânico doméstico, e use roupas compridas e sapatos fechados em locais com muitos insetos, escreveu o ministério. O uso de repelentes também é recomendado.
Estados com casos confirmados de febre oropouche de acordo com dados do último domingo (28) do Ministério da Saúde:
Amazonas, Rondônia, Bahia, Espírito Santo, Acre, Roraima, Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Ceará, Piauí, Maranhão, Mato Grosso, Amapá, Paraná, Tocantins, Sergipe, São Paulo e Paraíba
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