O chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu nesta segunda-feira (16 de dezembro de 2024) uma moção de confiança no Bundestag, o parlamento alemão, abrindo caminho para a convocação de eleições antecipadas, possivelmente em fevereiro de 2025.
De acordo com informações do The New York Times, a votação resultou em 394 votos contra Scholz, 207 a favor e 116 abstenções, em um parlamento com 736 deputados.
O voto de confiança é feito quando parlamentares sentem a necessidade de reavaliar o governo, no caso de países parlamentaristas ou semiparlamentaristas.
A crise política teve início em novembro, quando Scholz demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner, líder do Partido Liberal Democrático (FDP), resultando na perda da maioria parlamentar da coalizão governamental.
Com a derrota na moção de confiança, Scholz deve solicitar ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, a dissolução do parlamento, o que levaria à convocação de novas eleições dentro de 60 dias.
As principais questões em debate nas próximas eleições incluem a economia estagnada, tarifas comerciais dos EUA, apoio militar à Ucrânia e imigração.
Pesquisas indicam que a União Democrata Cristã (CDU), liderada por Friedrich Merz, está à frente nas intenções de voto, mas precisaria formar uma coalizão para obter maioria parlamentar.
Scholz, por sua vez, pretende focar sua campanha em temas sociais e investimentos em infraestrutura, buscando reconquistar a confiança do eleitorado.
Na República Federal da Alemanha realizaram-se eleições antecipadas em três ocasiões. Em 1972, com Willy Brandt, do SPD, perdendo a moção de confiança, mas sendo reeleito chanceler. Em 1982, Helmut Schmidt, do SPD, foi alvo de uma moção de censura, dando lugar a Helmut Kohl da CDU. Em 2005, Gerhard Schröder (SPD) pediu uma moção de confiança e perdeu a votação, marcando o início dos 16 anos do governo de Angela Merkel (CDU).
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