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O eterno duelo Bolsonaro x Lula atrapalha o Brasil.

Por: Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Prefiro nem recuar tanto, mas talvez esteja próximo de um consenso ao afirmar que Bolsonaro só chegou à presidência por conta da trágica gestão de Dilma, assim como acho muito razoável pensar que apenas os excessos de Jair permitiram que, depois de quase dois anos preso, Lula voltasse ao Planalto.


Seria até leviano desconhecer que ambos têm muitas qualidades, sem que isto iniba muitas das justas críticas que recebem por razões diversas.



Bolsonaro teve a mais surpreendente vitória eleitoral no Brasil. Praticamente ninguém apostaria um centavo em seu nome a doze meses da eleição porque haviam duas máquinas poderosas, com recursos financeiros e humanos suficientes para garantir um excelente resultado eleitoral, todavia, com um discurso forte, focado em uma linha ideológica, naquele momento, sem glamour (na verdade, até Bolsonaro, as pessoas tinham quase vergonha de se declararem de direita) e com a pauta de costumes como principal bandeira política, varrendo o país em uma catarse sem precedentes. Venceu milimetricamente o segundo turno, no cruzamento de duas rejeições muito elevadas.


Lula ressurgiu na cena política, reabilitado por fatores pouco prováveis. O principal fator, naturalmente, foi o vácuo político que se formou com uma conjunção de fatores que variavam desde a falta de lideranças com peso nacional até o destempero demonstrado pelo antecessor em sucessivas declarações desnecessárias que construíram uma rejeição absurda. De novo, a decisão foi por frações porque as rejeições de ambos seriam proibitivas exceto no confronto direto entre ambos.


Autorizados pelos números das urnas, é lícito afirmar que ambas as eleições estão muito mais vinculadas ao desejo do eleitor de impedir a vitória do oponente. Arrisco dizer que as vitórias, sempre próximas da margem de 50%, tem 60% deste patamar sustentado pela aversão ao oponente.


De novo sem desmerecer as qualidades de ambos, é muito pouco para se chegar à presidência e menos ainda para sustentar um projeto satisfatório de governo. Pior ainda é constatar, como fiz em artigo anterior, que as estratégias de ambos os lados sabem, e apostam nisto, que alimentar a polaridade é o melhor caminho para o pódio eleitoral. E, por isso, seguimos reféns da exaustiva proliferação das informações que alimentam o ódio.


Neste momento, até acho razoável que a oposição aponte os holofotes para o governo porque são suas ações que precisam ser analisadas e até criticadas, mas o governo, Lula em particular precisa com urgência mudar as suas prioridades, inclusive para superar uma de suas áreas críticas, a comunicação.


Possivelmente orientados por especialistas, direita e esquerda, indistintamente, apostam na polarização para manterem a chama acesa, como um permanente recado que os adversários são a reencarnação do demônio, capazes de nos fazer arder pela eternidade. Não ria, muitos dos teus amigos acreditam nisto.


Existe também uma outra componente sobre a qual é preciso se falar sem subterfúgios. Bolsonaro e Lula são poços de vaidade, adoram o poder e a corte. Talvez por isso, insistam em ocupar todos os espaços sem permitir que o país comece a preparar uma sucessão sadia e não mais uma guerra personalista.


Lula, quase aos 80, avisa sem pudores que é ele o nome para 2026, se anunciando como se fosse uma missão divina e nos faz enxergar no horizonte um Biden tupiniquim, sem saúde e disposição para a espinhosa missão de tocar o Brasil.


Bolsonaro, mesmo inelegível e com vários nomes de qualidade para assumir a liderança, não renuncia ao espaço e da expectativa de poder que o move por razões exclusivamente personalistas.


Nenhum dos dois tem alguém com ascendência para fazê-los enxergar a diferença entre projeto pessoal e para o país. O Brasil sofre de uma timidez que constrange a todos de emitir críticas, a um ou aos dois lados, por preocupação com o clima de ódio que inibe a sensatez e nos faz, e até compreendo, silenciar porque mesmo entre amigos e familiares o bom senso inexiste quando o assunto é política.


Repito, tanto Lula quanto Bolsonaro são políticos consagrados e com contribuições diferentes, mas importantes para o país, mas não são maiores que o Brasil e me sinto a cada dia mais constrangido ao verificar que uma parcela cada vez maior da população os enxerga como salvadores da pátria que, definitivamente, não o são.


O país exige muito mais!

Não tenho medo do Brasil com Lula ou do Brasil com Bolsonaro, mas está na hora de bradar que não quero o Brasil nem de um, nem de outro, mas um país com projeto de futuro desvinculado dos personalismos, do culto extremado à personalidade e alimentado pelo ódio que nos faz esquecer que somos apenas um povo que divide história e cultura e tem a missão de produzir um futuro decente.

 

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