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NOLASQUEANDO - PIB desacelera menos que esperado e cresce 0,9%

A economia brasileira segue aquecida. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% frente aos três meses anteriores. Como esperado, a atividade econômica desacelerou ante o 1,4% registrado pelo IBGE no segundo trimestre, mas menos do que se imaginava — veio levemente acima da previsão de 0,8%. O resultado foi impulsionado pelo setor de serviços (0,9%) e pela indústria (0,6%). Já a agropecuária recuou 0,9%. Na comparação com o mesmo período de 2023, o PIB avançou 4%, também puxado por serviços (4,1%) e indústria (3,6%), enquanto a agropecuária caiu 0,8%. Pela ótica da demanda, o consumo das famílias teve expansão de 1,5% no trimestre e de 5,5% em um ano. Já o consumo do governo aumentou 0,8% e 1,3%, na mesma comparação. Os investimentos medidos pela formação bruta de capital fixo aumentaram 2,1% no trimestre e 10,8% em um ano. De janeiro a setembro, o PIB cresceu 3,3%.


O presidente Lula comemorou, afirmando que o resultado cria mais emprego e renda para a população. O vice-presidente Geraldo Alckmin também celebrou, destacando o desempenho da indústria. Já o Ministério da Fazenda disse que a alta na taxa de juros deve reduzir o ritmo de concessão de créditos e investimentos no próximo trimestre, mas que o mercado de trabalho deve seguir “resiliente”.


O crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre foi igual ao da China e, entre os países do G20, só ficou atrás de Indonésia (1,5%) e México (1,1%).


Especialistas admitem que as projeções para o ano estão mais próximas de uma alta de 3,5%, mas que a força da demanda interna carrega risco inflacionário e que o ciclo de alta da Selic deve ser mantido.


Sergio Lamucci: “A economia brasileira perdeu um pouco de fôlego, mas ainda cresceu a uma taxa expressiva. O cenário para frente, porém, tornou-se bem mais nebuloso. A incerteza fiscal e o aumento expressivo dos juros tendem a afetar especialmente o investimento, que vem em trajetória de recuperação, além de encarecer o crédito para as famílias. No quarto trimestre, já é esperada uma desaceleração adicional do PIB – alta de 0,3% em relação ao terceiro”.


Vinicius Torres Freire: “O Brasil parou de apenas ‘despiorar’ e voltou a ficar mais rico, na média. A economia vai manter tal ritmo nos próximos dois anos? 2025 pode não ser o 2015 de ajuste ruim e de choque, do início da Grande Recessão e dos desastres subsequentes. Mas não convém pagar para ver. Fernando Haddad, como quase prometeu, precisa vir com mais medidas de conserto em 2025. Desta vez, com apoio de Lula”.


A decisão do Supremo Tribunal Federal de liberar com ressalvas o pagamento das emendas parlamentares levou a Câmara dos Deputados a adiar de ontem para hoje a votação dos requerimentos de urgência dos projetos de lei que compõem o pacote de corte de gastos do governo. A tramitação em regime de urgência é essencial para que as medidas possam ser aprovadas ainda este ano. Parlamentares que participaram da reunião de líderes de ontem disseram que havia resistência devido à interferência do ministro Flávio Dino, que condicionou a liberação da verba aos congressistas a regras mais rígidas do que as aprovadas por deputados e senadores. Para acalmar os ânimos, a Secretaria de Relações Institucionais pediu ao Ministério da Fazenda a liberação de R$ 7,8 bilhões para o pagamento, nos próximos dias, de emendas já empenhadas.


Já a Advocacia-Geral da União solicitou ao STF que reconsidere parte da decisão de Dino. Via AGU, o governo solicita a revisão dos itens sobre as emendas Pix, identificação nominal do parlamentar nas emendas de bancada e de comissão e de critérios para limite de crescimento de despesas com as emendas.


Como parte do pacote de gastos, o governo pretende usar recursos “excedentes” de oito fundos nacionais para fechar rombos no orçamento e ajudar a equilibrar as contas públicas entre 2025 e 2030. Enviado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), o texto estabelece que o superávit financeiro desses fundos, estimando em R$ 45 bilhões, não poderá ser usado para outras despesas.


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