A troca de experiências sobre a agricultura de baixo carbono e o investimento em políticas que reconheçam e valorizem a adoção de boas práticas são fundamentais para estimular a sustentabilidade no campo. O assunto pautou a abertura do 2º Congresso Paranaense de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, no Parque Tecnológico da Coopavel, em Cascavel, na noite desta terça-feira (27).
O evento, organizado pela Associação Regional dos Engenheiros Agrônomos de Cascavel (Areac) e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), acontece junto com o Show Rural Coopavel de Inverno.
Nesta quarta (28) e quinta-feira (29), a programação continua com palestras e apresentações de exemplos de sucesso em propriedades paranaenses que investem em práticas de baixa emissão de carbono. Além da Seab, participam empresas privadas, cooperativas, instituições de ensino e de pesquisa de diferentes regiões do Estado.
Agricultura de baixa emissão de carbono é como se denomina um sistema que busca reduzir a emissão de gases do efeito estufa na produção. Isso por ser feito com práticas como rotação de culturas, plantio direto, reflorestamento, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), aproveitamento de dejetos animais para geração de energia, entre outros.
O Paraná lançou em 2023 o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná), que estabelece desafios nacionais a serem vencidos nesse sentido até 2030.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, defendeu que, ainda que cuidar do solo, por exemplo, seja uma obrigação de todo produtor rural, é preciso haver reconhecimento concreto das boas práticas agrícolas. “O Paraná já é referência em vários assuntos da agricultura, e é hora de sermos referência também em práticas de baixo carbono. Podemos fazer uma agricultura mais sustentável, e o produtor precisa ser remunerado por isso”, destacou.
Souza citou o lançamento, na semana passada, do programa Irriga Paraná, iniciativa que visa incrementar em 20% a área irrigada no Estado com investimentos que somam cerca de R$ 200 milhões, entre linhas de crédito com juros subsidiados e pesquisa científica. Sistemas irrigados também estão entre as práticas previstas no Plano ABC+.
O presidente da Areac, Fernando Luiz Rocha Pereira, explicou que o objetivo do evento é trazer uma visão mais ampla do tema, envolvendo empresas privadas, entidades e governo. “É um tema extremamente atual e importante, muito falado no Brasil e no mundo, mas efetivamente pouco tem acontecido. Aqui vamos conhecer o que grandes empresas estão fazendo sobre o tema e de que forma pretendem atuar”, disse.
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