Desde criança, eu via meu pai carregando livros nos bolsos das camisas para ler no ônibus, indo para o trabalho. Eram os populares livros de bolso. Ele gostava especialmente do gênero faroeste e espionagem.
Durante as décadas de 1950, 1960 e 1970, esses pequenos volumes se tornaram ícones da cultura popular, apresentados em capas vibrantes que prometiam mil aventuras.
No gênero faroeste, os leitores eram transportados para o deserto árido do Oeste americano, onde cowboys, índios e foras da lei protagonizavam histórias de bravura e traição.
Os com o tema espionagem apresentavam agentes secretos enfrentando vilões maquiavélicos em cenários exóticos. Esse gênero refletia o clima de tensão da Guerra Fria, quando a antiga União Soviética, os Estados Unidos e respectivos aliados, enfrentaram um período de tensão geopolítica.
Esses volumes de bolso foram testemunhos de um tempo em que a aventura estava sempre ao alcance, pronta para ser vivida na ficção.
Como em Maringá não tinha livraria, quem curtia o formato livro de bolso comprava-os numa banca de revistas e, quando terminava de ler, era possível trocar por outro, na mesma banca.
Sou muito crítica da essência desses livros que “vendiam” o modo de viver americano, enfatizando exageradamente a liberdade individual, seja em um vasto deserto ou nas sombras de uma cidade europeia. Porém, sou obrigada a reconhecer que esse formato popular de livro teve um inegável papel na formação do hábito de leitura de algumas gerações de jovens e adultos.
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