Um tatuador brasileiro decidiu homenagear o falecido pai com uma nova tatuagem, mas não uma tatuagem qualquer. Gustavo Teixeira usou parte das cinzas do pai, Emilio Cesar, para gravar na própria pele uma memória por ele deixada.
A tatuagem consiste numa etiqueta que o homem, que gostava muito de cozinhar para a família, havia deixado num taparuere.
Apesar de ter usado esta técnica em si mesmo, o tatuador não recomenda o uso de cinzas nem usa este método nos seus clientes.
"Essa é a tatuagem que mais me doeu, marcou a alma. Foi toda uma entrega. E a que mais tem significado. Eu duvido que eu faça uma tatuagem mais significativa que essa. É uma forma de agradecimento por tudo o que ele já fez por mim", disse o tatuador, em declarações ao G1.
"Assim que chegaram as cinzas, eu coloquei uma música de que ele gostava muito, que era Bee Gees, fiz uma reza, acendi um incenso e comecei. Eu gravei um vídeo durante o processo e ficou muito longo porque eu comecei a chorar demais", disse ainda.
A etiqueta deixada no recipiente de plástico dizia "Cozinha Canção da Natureza", "Emílio".
"Em frente da cozinha tinha uma janela em que ele ouvia o canto dos passarinhos. Ele colocava bebedouro de água para os passarinhos, colocava banana... Então, ele intitulou a cozinha dele como 'canção da natureza'", explicou.
O tatuador revelou ainda que o pai o chamava de 'Tigrão' pela personalidade desobediente. "Ele me chamava de Tigrão porque desde 2007 eu trato um câncer, Linfoma de Hodgkin. E depois de fazer o transplante, você tem que ficar três meses sem fazer nada...
Eu ia contra isso e fazia minhas coisas, eu fazia meus esportes e ele dizia ‘Gustavo, você é um Tigrão mesmo’. Eu ainda estou em tratamento, e ele teria falado para mim ‘você em tratamento e fazendo tatuagem, você é um tigrão’. Esse foi meu último ato como Tigrão para ele", completou.
Gustavo só compartilhou, recentemente, o vídeo desta tatuagem nas redes sociais, mas explicou que a fez há um ano.
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