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Idiotizar a população como munição na luta pelo poder.

Atualizado: há 3 dias

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Talvez porque tenha ministrado aulas sobre este tema, sempre repito que a teoria das comunicações precisa ser revisitada para entendermos nossa cena política. Ocorre que um de seus princípios informa que estamos sempre propensos a acreditar em tudo que combina com nossas crenças e, por óbvio, rejeitar opiniões em contrário, com a mesma intensidade e desprezando a leitura crítica.



Por extensão, se resolvo criticar Lula, a direita vai se apaixonar por mim e, se viro a fita e aponto para Bolsonaro, viro ídolo da esquerda. Isto também vale para você, mas te sugiro, nestes tempos de polaridade, nem arriscar.


Se eu, mísero mortal observador da política sei disso, imagine os competentes responsáveis pelas estratégias de ambos os lados. Muito mais que conhecer estes paradigmas, fazem uso deles para fechar o time e garantir unidade no combate ao “inimigo”. Por isso, e talvez tenha a tua companhia no raciocínio, a polaridade faz bem aos dois lados, pior, se houver ódio, a adesão será ainda mais eloquente e desejada pelos estrategistas.


Talvez seja até agressivo, mas não tenho dúvidas que o ódio ao inimigo alimenta a paixão política, como em um fla flu ideológico, onde o campeonato não conta pontos, mas votos.


Os números mostram que 70% dos brasileiros assumem preferência por uma das pontas da régua ideológica e, até aí está tudo bem, o problema é que a metade deles acredita que o fim do mundo tem tudo a ver com a vitória do oponente.


Aprenderam assim municiados pelas incessantes mensagens que consolidaram a lição, como um mantra entoado à exaustão nas redes sociais que não libera energia, mas ódio, alimento da insanidade que atormenta a sociedade brasileira ao transbordar de milhões de corações ensandecidos e municiados de argumentos estéreis, prontos para fuzilar os inimigos, ainda que membros da própria família ou na lista dos “best friends”.


O corintiano toma cerveja com o amigo palmeirense, o flamenguista vai à praia com o amigo tricolor, mas não lhes peça, nem, mesmo em sinal contrário, que este ato civilizado se repita quando os opostos forem militantes políticos. A estratégia política, movida por fakes news em repetição exaustiva imbecilizou quase 25% da nossa população, boa parte de cérebros repletos de boa intenção e vazios de cultura política.


Nem mesmo ouso afirmar que as vítimas, engajadas nos exércitos da salvação da pátria, são desprovidos de formação educacional. Assim como na Alemanha, como exemplo mais notório, a imbecilização se estende até para cérebros treinados, bem formados e mal-informados.


Houve um tempo em tempo em que me afetei com esta turma, isto cessou quando percebi que não basta combater o soldado que cumpre ordens e atira no inimigo porque apenas cumpre ordens do general que, no alto comando, entende que o ódio move suas fileiras e o alimenta com disciplina para que seu exército não enxergue a humanidade no olhar do oponente, mas apenas o fogo do inferno que arde no seu pretenso domínio.


Acho importante, ainda que muitos que me leem não concordem, que esta discussão esteja na pauta da parcela da sociedade não contaminada para que, ainda que a escolha se faça entre o preto e o branco, se entenda que o arco íris aponta para a diversidade.


Lamento pelas vítimas da guerrilha do ódio, como soldados armados para fabricar lucros para indústria bélica, que não percebem que o debate não tem vitoriosos, como nas colunas romanas que consagravam apenas os generais e mantinha multidões alimentando o império que acumulava riquezas derramando sangue em nome da pátria e da cruz.


Pobre nação que transforma tudo em guerra ideológica e segue atolada nas profundezas do terceiro mundo, incapaz de construir caminhos para o desenvolvimento porque os recursos cessam na constante aquisição de aliados vorazes que engolem o alimento e derramam apenas migalhas que combatem a fome, mas não geram energias para vencer o círculo vicioso da insanidade.


Todavia, ainda que sem efeito prático, seguirei bradando com força, pedindo que as viseiras sejam substituídas pelas lentes da serenidade e que o nosso Brasil se livre das amarras da polaridade que conduz ao caos, afirmando que, para ambos os lados da contenda, o desafio é o mesmo e envolve todo o estádio e não apenas uma das torcidas.

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