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Gil Rugai, condenado por matar pai e madrasta, é solto após decisão da Justiça

O ex-seminarista Gil Rugai, 44, condenado a 33 anos de prisão por matar o pai e a madrasta, foi solto nesta quarta-feira (14), após a Justiça de São Paulo conceder progressão para o regime aberto. Ele estava preso desde 2004.

 


Por volta das 15h, Rugai deixou o complexo penitenciário de Tremembé, no interior paulista, conhecido por abrigar condenados em crime de grande repercussão midiática. Ele será monitorado por tornozeleira eletrônica e receberá visitas periódicas de um policial.


O pedido de progressão para o regime aberto foi protocolado em 2023. No processo, o Ministério Público se manifestou foi contra a mudança, destacando a periculosidade do preso.


No entanto, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Departamento Estadual de Execução Criminal, afirmou em sua decisão que, principalmente pela boa conduta enquanto encarcerado, Rugai "comprovou a presença dos requisitos legais necessários" para a progressão do regime.


A Promotoria afirma que deve recorrer da decisão.


Procurada, a defesa de Gil Rugai não atendeu às ligações da reportagem.


ENTENDA O CASO


Gil Rugai foi responsável, segundo as investigações, pela morte do pai e da madrasta. O empresário Luiz Rugai e a mulher, Alessandra Troitino, foram assassinados a tiros em casa, no bairro de Perdizes (zona oeste de São Paulo), em 2004.


Exames realizados em uma marca de sapato deixada na porta da sala de vídeo -onde Luiz teria tentado se esconder- apontaram que quem arrombou a porta teria lesões nos pés.


O IC (Instituto de Criminalística) realizou então exames de ressonância magnética da planta dos pés de Gil Rugai, que apontaram tais ferimentos.


Antes do crime, as vítimas tiveram a preocupação de trocar as fechaduras da casa, onde Gil Rugai havia morado até dias antes das mortes. A polícia descobriu que a fechadura dos fundos da residência, porém, não havia sido trocada.


No dia do crime, nada foi roubado. Durante as buscas na casa, a polícia encontrou uma nota fiscal de compra de um coldre para pistola 380, mesmo calibre usado para matar o casal, munição e um certificado de conclusão de curso de tiro em nome de Gil Rugai.


Além das provas colhidas na casa, a polícia levantou a hipótese de o crime ter ligação com o afastamento do filho da empresa do pai, a Referência Filmes.


Gil Rugai estaria envolvido em um desfalque de cerca de R$ 100 mil na empresa e por isso teria sido demitido do departamento financeiro. A madrasta, segundo o gerente do banco onde a Referência Filmes tinha conta, proibiu que o enteado a movimentasse.


Uma pistola foi encontrada durante a limpeza da tubulação de esgoto de um prédio nos Jardins (zona oeste da capital), onde Gil Rugai tinha um escritório. Segundo os peritos, a arma foi usada para matar o casal.

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