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Feliz ano velho.

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e comunicador.


Reza a lenda que o ano brasileiro só se inicia após o carnaval, ainda que este preâmbulo de 2025 tenha sido bem animado, resta desejar a todos um feliz ano velho.



Serão dez longos meses com muitos desafios e a busca por muitas respostas para as incertezas que se acumulam nos últimos tempos em quase todas as áreas e ainda atormentados pelos fantasmas que vem de fora.


O maior desafio será manter o Brasil na rota do desenvolvimento, e isto significa resolver, de alguma forma, questões que incomodam governo e povo brasileiro, urgentes porque implicam na área econômica que clama por credibilidade e confiança para retomar o desejado crescimento com índices sustentáveis.


Todos sabem que até as questões mais simples são complexas no Brasil, impactado por uma disputa ideológica ferrenha, com um enorme desajuste entre os três poderes e com um Congresso draconiano que não renuncia a seus privilégios, alguns, como as emendas secretas, indefensáveis e até ofensivos ao país que ainda convive com fome na base da pirâmide social.


Com o país literalmente dividido ao meio, com o ódio como elemento principal desta cisão, as possibilidades de buscar unidade nacional através das urnas são muito limitadas, por isso acredito que já passou da hora de pensarmos em soluções que nos tirem do atoleiro institucional que nos encontramos. Basta pensar que as hipóteses no horizonte eleitoral apontam para a vitória de Lula, ou alguém que o represente, ou Bolsonaro, ou alguém que assuma o seu legado, com chances mínimas para convergência.


A leitura quase unânime do eleitor brasileiro é que o país tem apenas duas possibilidades; a vitória de seu candidato, seja ele qual for, ou o caos. Admitindo que ambas as gestões apresentaram êxitos, sem me perder nesta discussão, parece também evidente que andaram muito pouco em direção aos caminhos que precisamos percorrer em direção ao primeiro mundo, ou minimamente para uma nação desenvolvida e justa com seus habitantes.


Com taxas de impostos e de juros no pódio do mundo, não se pode imaginar que estes parâmetros apontem para uma nação justa. Com juros que nos transformam no principal paraíso do mercado financeiro, com uma relação absurda de recursos recolhidos e benefícios devolvidos, a conta não fecha porque temos décadas de incompetência e corrupção que se transformaram em dívidas gigantescas que sugam nossos recursos e deixam apenas migalhas para corrigir rumos, reduzir o custo Brasil e permitir olhar para um futuro mais promissor.  


Algumas poucas nações que atravessaram as trevas do subdesenvolvimento e se alinham entre as nações desenvolvidas o fizeram priorizando a educação, saindo do ensino ilusório, onde ir à escola e aprender a assinar o nome bastam para garantir estatísticas positivas, sempre desmentidas pelos mecanismos comparativos que nos humilham a cada edição.

Colocando-a, de fato, no topo das prioridades, porque ninguém pode imaginar um país rico com crianças de doze ou quinze anos que não sabem aritmética básica, escrever ou interpretar um texto simples, entendendo que estas são razões fortes o suficiente para estabelecer uma barreira intransponível na porta do mercado de trabalho, já que mesmo quando sobram vagas, falta qualificação para preenchê-las.


Admitindo que se estabeleça consenso em torno da prioridade da educação, basta que se desloque recursos que sobram nos descaminhos da legislação que permite supersalários, principalmente no judiciário, emendas parlamentares em  valores obscenos, ou até mesmo que se sacrifique o financiamento público de partidos e eleições, porque são prioridade secundária, é fundamental que se desloque recursos que permitam garantir creche, educação básica, fundamental e talvez até técnica, para garantir futuro às crianças e ao país.


Com a devida ressalva da indispensável atenção prioritária à educação, é quase consenso entre os brasileiros que nossos problemas passam também pela falta de alternativas consistentes no quadro político que nos remete ao voto útil, sempre escolhendo o menos ruim e rezando aos céus que, ainda assim, alguém seja o desejado salvador da pátria. Nem parece razoável que líderes personalistas, caudilhos à moda tupiniquim, focados em seus projetos pessoais e seus compromissos partidários, dispostos a dar os anéis e até os dedos se este for o custo da manutenção do poder. Pessoalmente, estou saturado de fazer concessões de diversas ordens para conseguir votar.


Face ao exposto, basta olhar para nossa classe política, repleta de oportunistas, boa parte com históricos tristes no exercício de suas funções ou no trato de recursos públicos, para entender que precisamos de uma ampla reforma que abra caminho para uma nova safra de políticos que correspondam aos anseios da sociedade e isto só será possível com mecanismos mais eficientes que instrumentalizem o eleitor para o corte definitivo dos abutres da política e, embora admita inúmeros contraditórios, só os enxergo na adoção do voto distrital, de um regime que se aproxime do parlamentarismo e o fim das reeleições, como alternativas que reconstruam a credibilidade do mundo político.


Infelizmente, como nosso novo 2025 é muito curto para tantas aspirações, me limito ao desejo que o Brasil melhore neste “novo ano” e que os benefícios que os números da economia demostram se transformem em alívio no bolso e na mesa dos mais necessitados e que também sirvam de alento para pequenos e microempresários, diuturnamente empurrados para o abismo da economia com pouco giro e muitos juros.


Que a alegria, ou o descanso que o Carnaval representa, permita que 2025 recupere um pouco da nossa confiança, da nossa autoestima e, principalmente, nos faça acreditar que o Brasil que queremos pode ser o país que conseguiremos construir, de preferência com a ajuda dos nosso políticos ou, ainda que seja assim, apesar deles.

 

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