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Eu também sou mulher - 08 de março para travestis e mulheres trans

Foto do escritor: Leonna MorialeLeonna Moriale

No Dia Internacional da Mulher, celebramos a força, a resiliência e a diversidade que compõem o universo feminino. No entanto, essa celebração só é completa quando reconhecemos que mulheres trans e travestis também fazem parte dessa história, com suas próprias vivências e lutas.



Durante o processo de início do movimento feminista, mulheres brancas lutavam pelo direito ao trabalho, esquecendo que as mulheres negras já estavam inseridas no mercado de trabalho, com toda certeza de forma inferiorizada, desvalorizada e racista; pensemos que para as mulheres brancas trabalharem mulheres negras tinham que cuidar dos filhos destas mulheres, enquanto os seus próprios ficavam sobre a guarda de um irmão ou uma irmã mais velha.


Faço essa relação para que possamos entender que o movimento de mulheres atual que luta por n causas, deve reconhecer também a causa trans e travesti como prioritária, uma vez que lutamos para sermos reconhecidas como mulheres e para que tenhamos direitos que ainda não são considerados como Direitos Humanos para nossa população. Afinal travesti ainda não é considerada ser humano na nossa sociedade atual. Preciso repetir a frase que já cansamos de gritar “Parem de nos matar”.


A ideia de que "mulher" se resume a características biológicas é um equívoco que ignora a complexidade da identidade de gênero. Ao longo da história, os conceitos de masculinidade e feminilidade se transformaram, refletindo as mudanças sociais, culturais e políticas de cada época. O que se considerava "feminino" no século XIX, por exemplo, é muito diferente do que se entende por feminilidade hoje. O que dizer então do masculino, que há tempos atrás era considerado um homem que utilizava salto alto, meia-calça, pó de arroz e peruca… Muito diferente do homem hétero cis gênero que conhecemos no ano de 2025, de sapatênis, calças agarradas, camiseta polo, barba, bigode e topete.


A identidade de gênero é uma construção social e individual, moldada por fatores como a auto identificação, a expressão de gênero e a forma como a pessoa se relaciona com o mundo. Mulheres trans e travestis, ao se identificarem e se expressarem como mulheres, reivindicam seu lugar na sociedade e desafiam as normas que limitam o que significa ser mulher. E na minha opinião, não vale o argumento de quem pode ou não gestar uma criança, não vale o argumento de quem usa maquiagem ou não, não vale o argumento de quem tem cabelo comprido ou não, até porque muitas mulheres cis, não se identificam com este padrão de feminilidade. Importante dizer que utilizamos atualmente o termo “Pessoas que gestam”, porque existem homens trans que gestam os seus filhos e existem mulheres cis que não podem engravidar.


Negar a identidade de gênero de mulheres trans e travestis é negar sua humanidade e perpetuar a violência e a discriminação que elas enfrentam diariamente. É fundamental reconhecer que a luta por igualdade de gênero só será vitoriosa quando todas as mulheres, em sua diversidade, forem respeitadas e valorizadas. Paralelo a isso precisamos conscientizar o grupo de mulheres que se identificam como mulheres conservadoras de que travestis e transexuais não são suas inimigas. Quem representa o verdadeiro inimigo da mulher é o homem, aquele que agride, estupra, deprecia, abandona, e estupra! Existem inúmeras mulheres trans  e travestis que compõem o movimento feminista e somam em muito pelo avanço dos direitos de todas as mulheres, todas.


Neste 8 de março, celebramos a força de todas as mulheres, incluindo aquelas que desafiam as normas e abrem caminhos para um futuro mais justo e inclusivo, para que um dia tenhamos de sucesso os nossos sonhos coroados.

 

Leonna Moriale

Travesti Arte’ativista.

 

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