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Foto do escritorWalber Guimarães

Empatia e sensibilidade, a matéria prima dos verdadeiros líderes.

Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e diretor da CIA FM.


Se alguém me perguntar quais as qualidades mais importantes em um grande líder, responderei sem hesitar; empatia e sensibilidade. Claro, as reputo como prioritárias sem desprezar itens também importantes como liderança e competência.


Gandhi, Mandela, Churchill e tantos outros tem lugar de honra na história por, com nobreza, se associarem ao sofrimento de seus liderados e saber lutar com bravura para curar suas feridas, principalmente as da alma. Lula tem milhares de defeitos, mas ter sobrevivido ao nordeste cruel saber o que é fome, acordar sem a certeza do almoço, o faz entender a alma de seus conterrâneos.


Sem viés ideológico, isto explica centenas de líderes pelo mundo, Lech Valesa ou Peron, Kennedy ou Lenin, cada um deles a seu modo, conseguia enxergar as demandas de seu povo e demonstrar com ações e discursos que aquele sentimento os unia. Competência sem alma ou talento sem coração podem produzir obras, mas não acalentam as dores dos comandados. Ser líder sem entender as dificuldades de seu povo é reduzir o ato de governar aos números e se tornar apenas chefe, autoridade constituída por lei, mas desprovida de consentimento popular.


Talvez seja desnecessário descrever a angústia que atinge milhões de lares por todo o Brasil, milhares na nossa Cianorte, constrangidos pelo subemprego, ou mesmo pelo desemprego, pelo salário baixo, pela incapacidade de oferecer o mínimo de conforto e dignidade aos seus familiares. Soa demagógico? Talvez, especialmente para os que não tem noção do que é não ter a certeza da refeição seguinte.


Não existem ilhas de prosperidade no Brasil, em cada recanto é possível perceber as dificuldades do desemprego, da queda da renda e desesperança de reconquistar o conforto que já desfrutaram.


O atual momento evoca a teoria do cobertor curto; a questão é definir o que é mais importante porque é impossível suprir todas as demandas. A lógica cristalina salta aos olhos; se o cobertor é curto pouco importa se o lençol é egípcio com mil fios, é importante resistir com o travesseiro castigado e, claro, seria muita ousadia comprar uma fronha folheada a ouro.

Pois é .....


Andei por este mundo, por todos os lugares que meu bolso permitiu e minhas prioridades foram sempre admirar a cultura e as manifestações artísticas de cada povo. Sei o quanto isto importa, o quanto gera de retorno em turismo e reconhecimento, mas também aprendi que dinheiro não aceita desaforo e até os maiores impérios do mundo sucumbiram ao desrespeito com o equilíbrio fiscal, ou financeiro se afeto às pessoas.


Se eu tivesse autoridade ou poder, qualquer cargo político, talvez quisesse fazer tudo ao mesmo tempo, todas as obras que julgasse necessária, mas se tivesse juízo também, faria apenas aquelas que coubessem nas sobras orçamentária porque esta é a regra da decência. Isto é respeito e responsabilidade.


Acho que todo este prefácio deixa patente que sei a importância da arte e da cultura para a cidade e o povo, mas não posso esquecer da minha formação acadêmica, engenheiro sempre focado em números e, por isso, custo crer que o grafite contratado com o Kobra, um craque nesta arte, digno da admiração emo mundo, fosse oportuna.


Lembro que em maio, o TCE aplicou sinal amarelo por conta do descontrole dos gastos com pessoal na prefeitura, perigosamente se aproximando de 50%. A última sessão dos vereadores no primeiro semestre aprovou empréstimo para a prefeitura pagar contas. O hospital está parado, a assistência social, até a Rainha da Paz, sofre com seguidas reduções de verba, a fila de consulta não se reduz, exames e procedimentos se acumulam e são postergados por falta de verbas, sei que você, com facilidade, seguiria com esta lista e até acredito que você, numa escala de valor, colocaria muitas destas demandas como prioritárias.

Mesmo que adorasse a arte em grafite.


Empresas quebram por falta de planejamento. Muitas vezes tem uma centena de caminhões rodando e falta dinheiro para a folha de pagamento e quem sofre é sempre o pequeno ....


Nada contra a obra o Kobra, não é esta a questão.

É sensibilidade. É empatia.

É respeito pelo cidadão que sofre com a dificuldade com o desemprego, com o subemprego, com o dinheiro contado para o supermercado, com o iptu caro.

Não precisava. Não agora.



A Câmara disse não e o clamor popular reage mas prevalece a vontade do garoto mimado que adora o espelho e desconhece o não. Podia ser diferente ....

Voltando à introdução; grandes líderes são aqueles que tem sensibilidade e praticam a empatia.

Os demais apenas passam pelo poder.

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