Eleições no Paraná: Desenhos para a sucessão em 2026
- Nelson Guerra
- há 4 dias
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Por Professor Nelson Guerra - Analista Político
Após vitórias nas municipais, grupo de Ratinho Junior espera liderar as apostas, mas Sergio Moro é quem ainda aparece com vantagem nas pesquisas, e a esquerda tenta se reorganizar; cenário ainda pode mudar com polarização nacional.

A pouco mais de um ano das eleições estaduais, o cenário no Paraná começa a se definir com o governador Ratinho Junior (PSD) como principal personagem para fazer seu sucessor. Seu partido saiu fortalecido das eleições municipais de 2024, conquistando 164 prefeituras, incluindo a vitória estratégica de Eduardo Pimentel em Curitiba. Essa base sólida dá ao governador vantagem estrutural para indicar seu sucessor.
Dentro do PSD, nomes como o deputado estadual Alexandre Curi, articulador da campanha de Pimentel, e o prefeito Rafael Greca despontam como possíveis alternativas, já que Ratinho Júnior não pode concorrer à nova reeleição. Os deputados federais Beto Preto e Sandro Alex também são cotados, mas com menor força no momento.
O atual governador do Paraná deu sinais ser candidato potencial ao Senado ou até mesmo à Presidência da República em 2026.
SERGIO MORO TENTA SE FIRMAR, MAS ENFRENTA OBSTÁCULOS
No campo da oposição, o senador Sergio Moro (União Brasil), nome mais forte revelado nas últimas pesquisas, busca se consolidar como principal adversário do PSD. No entanto, sua trajetória enfrenta desafios: ele possui rejeição de 21,2% (alta para um líder), a derrota de sua esposa, Rosângela Moro, na disputa pela prefeitura de Curitiba, e o fraco desempenho do União Brasil (apenas 30 prefeituras em 2024) enfraquecem sua articulação. Além disso, o afastamento de aliados como Ney Leprevost dificulta a formação de uma frente ampla.
Ainda assim, Moro mantém relevância devido à sua visibilidade nacional e potencial para mobilizar o eleitorado conservador. Se conseguir alianças com partidos como PL e Republicanos, pode se tornar uma ameaça real ao projeto de continuísmo do PSD.
ESQUERDA BUSCA UNIDADE EM MEIO A DESAFIOS
Enquanto isso, a esquerda tenta se reorganizar após desempenho modesto nas eleições municipais. O PT, que tem na figura de Ênio Verri (diretor-geral da Itaipu) um de seus principais nomes, ainda enfrenta rejeição no estado. Roberto Requião, hoje sem partido, e seu filho, Requião Filho, aparecem em especulações, mas carecem de base eleitoral consolidada. A senadora Gleisi Hoffmann talvez seja o principal nome da legenda, enquanto o ex-ministro Zé Dirceu, apesar de polêmico, busca espaço em um possível projeto de resistência ao bolsonarismo e ao centrão.
A capacidade da esquerda de capitalizar eventuais desgastes do governo estadual será crucial, especialmente em um cenário onde a polarização nacional (entre lulistas e bolsonaristas) ainda influencia o eleitorado paranaense.
FATORES QUE PODEM MUDAR O JOGO
Apesar da vantagem inicial do PSD, a disputa está longe de ser definida. Fatores como a decisão de Ratinho Junior sobre a reeleição, a influência de Lula e Bolsonaro (mesmo inelegível) e a gestão de temas locais, como segurança e infraestrutura, podem alterar o jogo.
Não há informações públicas sobre negociações específicas para coligações partidárias para as eleições de governador do Paraná em 2026. No entanto, o cenário político aponta para um protagonismo do PSD, com potencial para alianças com PP e PL, enquanto Sergio Moro (União Brasil) busca consolidar sua candidatura, possivelmente através de parcerias estratégicas. A esquerda, enfraquecida, talvez se una em PT, PSB e PDT.
Analistas apontam que o Paraná, com mais de 8,6 milhões de eleitores, deve viver uma eleição marcada por polarização ideológica e pelo embate entre estruturas partidárias locais e narrativas nacionais. Com 2026 se aproximando, o Paraná se prepara para um dos capítulos mais intensos de sua política recente.
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