O dólar opera em baixa ante o real nesta sexta-feira, 9, com uma realização de lucros leve após encostar em R$ 5,00 ontem. Operadores afirmam que o mercado de câmbio se ajusta à queda do dólar em relação a algumas divisas emergentes e ligadas a commodities pares do real, como peso mexicano.
Há possibilidade ainda de um movimento de antecipação de venda, antevendo a liquidação na próxima terça-feira da captação externa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de US$ 700 milhões, com a reabertura de bonds 2030.
O mercado local ficará fechado na segunda e terça-feira por causa do feriado de carnaval no Brasil, que começa amanhã. E a liquidez na próxima semana poderá ser afetada ainda pelo feriado de Ano Novo Lular na China, que começou hoje e se estende na próxima semana, quando os mercados chineses permanecerão fechados.
O recuo do dólar é limitado pela alta dos juros futuros, em linha com a curva de Treasuries, após sinais de dirigentes do Federal Reserve ponderando que é cedo para cortar as taxas nos EUA.
O investidor olha ainda o volume de serviços prestados no País, que cresceu menos que o esperado em dezembro, na margem, e caiu mais do que o previsto na comparação interanual.
O volume de serviços prestados subiu 0,3% em dezembro ante novembro, segundo o IBGE, inferior à mediana do mercado, de 0,7%, segundo a pesquisa do Projeções Broadcast. Na comparação interanual, o volume de serviços prestados caiu 2,0% em dezembro, mais do que indicava a mediana, de -1,9%. No ano, houve alta de 2,30%.
O mercado está atento ainda ao ambiente político, as relações entre Congresso e Executivo após a operação da Polícia Federal que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu partido, o PL, que tem a maior bancada na Câmara. As incertezas levaram, ontem, o dólar a romper os R$ 5,00 no pior momento dos negócios e encerrou aos R$ 4,9896 - no maior valor de fechamento desde outubro.
Em relação às negociações entre o governo e o Congresso para mudar o prazo e o alcance da reoneração da folha de pagamentos pretendida pelo Executivo para 17 setores da economia, o governo recuou e aceitou a possibilidade de retirar a reoneração da medida provisória (MP) e enviar um projeto de lei (PL) para o Congresso com a proposta.
Também está na mesa de negociação esticar o prazo e dessa forma a reoneração completa passaria de 2028 para 2029. Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Fazenda estaria disposta a esticar o prazo em um ano.
O Índice de Governabilidade (I-Gov) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi de 44% em janeiro - durante o recesso do Legislativo e do Judiciário -, um ponto acima do resultado dos dois últimos meses de 2023, segundo levantamento da empresa de inteligência de dados 4Intelligence.
No Legislativo, onde o presidente enfrenta suas maiores dificuldades, a taxa apresentou uma "melhora discretíssima" de um ponto porcentual neste início do segundo ano do mandato, se comparado com o último levantamento, registrando 16% nesta aferição. O índice é divulgado com exclusividade pelo Broadcast Político.
Às 9h46, o dólar à vista caía 0,17%, aos R$ 4,9861. O dólar futuro para março recuava 0,18%, aos R$ 4,9950.
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