Dorival Júnior viu as críticas à seleção brasileira voltarem após o empate por 1 a 1 com a Venezuela, na quinta-feira. Na visão do treinador, as cobranças passaram do ponto e ele usou sua coletiva da prévia conta o Uruguai, rival desta terça-feira na Arena Fonte Nova, em Salvador, como uma maneira de se defender e exaltar a equipe nacional. Na visão do comandante, a evolução é gigante e, com paciência, o povo voltará a ter orgulho.
"A expectativa era de que os resultados já fossem melhores, mas acredito em processo e esses sendo respeitados, ali na frente teremos equipe equilibrada, segura, confiante e vamos chegar onde se espera", afirmou o treinador. "A seleção evoluiu bastante, mas ainda não estou feliz", seguiu, admitindo que faltam leves ajustes.
"Todos temos orgulho de vestir uma camisa como essa. Interessante a colocação de que falte isso, falte aquilo. Sou testemunha de como os jogadores se entregam, o comportamento, o interesse, o respeito pela camisa e a história da seleção. Estamos com toda concentração para voltarmos a ter a seleção que todos nós esperamos. É complicado, difícil, mas vamos encontrar esse caminho, as coisas estão começando a clarear. Que as oscilações sejam menores e o orgulho se perpetue. Vamos cumprir o que nos propomos."
O treinador ainda não completou um ano de seleção. Mas vem sendo bastante cobrado. Em um "discurso" pedindo confiança - garantiu que não é choro - ele clamou por um voto de confiança e voltou a falar em resposta na Copa do Mundo de 2026.
"De um modo geral, não é um trabalho simples, até pelo que propusemos no início, de montagem de um grupo, com alguns remanescentes da Copa do Mundo que tinham atuado pouco e tendo uma geração que acabou. Perdemos uns jogadores muito importantes", ressaltou, antes de uma análise geral para se defender.
"O início foi promissor, daí veio a Copa América, uma competição um pouco diferente de tudo que já havíamos acompanhado em outros países, metragem de campo, série de fatores... E a própria situação na tabela em relação à Copa do Mundo. A situação não era e não é cômoda, em um processo de recuperação, porém acredito que a seleção na parte técnica e taticamente evoluiu muito nesse primeiro período", disse. "Logicamente que os resultados ainda precisam ser melhores e reconheço isso. Temos essa necessidade. Acredito que coisas muito melhores estão para acontecer, a equipe está dando uma resposta muito boa em alguns aspectos e em outros buscando melhorar."
O técnico ressaltou as três rodadas seguidas de Eliminatórias para celebrar a proximidade do ápice do planejado. O grupo vem se consolidando, entrosando, de acordo com Dorival, e ele acredita que basta ter um resultado de impacto que a desconfiança acabará.
"Feliz ainda não estou, podíamos estar bem melhores. Mas como foi falado anteriormente, essa equipe cresceu junto e tem possibilidade de melhora grande. Começamos a encontrar alguns nomes importantes para assumir um papel de protagonismo e isso demanda tempo e repetição", enfatizou. "É diferente de clubes, mas não tenho dúvidas que vamos encontrar os resultados. O classificatório é difícil para todas, um perde e ganha grande."
A presença de Raphinha e Vini Jr. Aldo a lado também aumenta a confiança de Dorival. "Individualmente, quando alguns crescerem, coletivamente a seleção vai ganhar muito. Estamos começando a encontrar a estrutura taticamente falando. Estou percebendo que estão muito mais confortáveis, buscando movimentos que ainda não tínhamos e que nos tiraram possibilidades de resultados melhores na Copa América."
O comandante ainda falou que espera ter a seleção ideal na Copa do Mundo e voltou a esbanjar confiança na competição de 2026, que terá um recorde de 48 participantes em disputa nos Estados Unidos, Canadá e México.
"Gostaria de tê-la (equipe ideal) dentro da Copa do Mundo. A classificação vamos alcançar, tenho confiança grande, já estamos aproximando mais das equipes da liderança, amanhã (terça-feira) buscando um resultado melhor teremos uma aproximação a mais", previu.
"Tem um subida gradativa, uma melhora, mas o principal é que estejamos conscientes da evolução que a equipe vem tendo, mas os acertos ainda têm de ser feitos. O pouco tempo? Sabia que ia enfrentar, não é choro, lamentação, apenas constatação. Mas tenho certeza, convicção grande que daqui sete, oito meses, um ano, com o crescimento desses jovens, mais encorpados, colheremos coisas muito positivas."
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