A maior parte dos aliados de Trump afirmaram que estão empenhados em ajudá-lo a vencer a corrida à Casa Branca. Mas se ele ganhar, quem é que vai disputar os lugares de topo no Governo?
Donald Trump não faz segredo dos inimigos, que vão desde os que estão "dentro" dos Estados Unidos até aos governos e instituições estrangeiras pelos quais manifestou desdém.
O antigo presidente é muito mais elogioso em relação aos aliados. Embora não tenha sido oficialmente confirmado quem vai ocupar cada cargo na administração de Trump, especulações e rumores têm rodeado várias figuras para os cargos de topo do novo gabinete. Vamos conhecer algumas delas.
Mike Pompeo
No mês passado, Trump disse que estava a ponderar quatro ou cinco escolhas para secretário da Defesa, durante uma entrevista ao Hugh Hewitt Radio Show.
Uma delas é o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que dirigiu a CIA antes de ser o principal conselheiro para os negócios estrangeiros da anterior administração Trump.
Pompeo apresentou uma candidatura presidencial em 2024, mas desde então passou a apoiar Trump, estando mesmo presente num comício de campanha na Pensilvânia, na segunda-feira.
No Governo anterior de Trump, Pompeo fez pressão para um forte apoio a Israel. É também um defensor da Ucrânia, tendo sido coautor de uma proposta de plano de paz para o país, publicada no Wall Street Journal em julho, que propunha "sanções reais à Rússia" e a entrega de armas cruciais.
O ex-secretário de Estado Mike Pompeo discursa num comício de campanha de Donald Trump - Chris Szagola/AP
Richard Grenell
De acordo com o New York Times, Richard Grenell, antigo diretor interino dos serviços secretos nacionais, chegou a refugiar-se no Nevada para fazer avançar as acusações de fraude eleitoral no estado após as eleições de 2020.
Antigo embaixador dos EUA na Alemanha, Grenell tornou-se um conselheiro influente em matéria de política externa na equipa de Trump, continuando a reunir-se com líderes estrangeiros em apoio ao antigo presidente.
No início deste ano, viajou para a Guatemala, onde apoiou os esforços da direita para impedir a tomada de posse do presidente liberal eleito Bernardo Arévalo, alegando fraude eleitoral.
Segundo consta, Trump chamou ao político "o meu enviado" e tem sido apontado como o próximo secretário de Estado, caso Trump ganhe.
Richard Grenell assiste a evento de campanha de Donald Trump, em Smithton, Pensilvânia. Alex Brandon/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Mike Waltz
Waltz é outro nome que Trump diz estar a considerar para secretário da Defesa, embora também tenha sido apontado pela imprensa americana como candidato a secretário de Estado.
Este coronel reformado das Forças Especiais da Guarda Nacional tem aparecido frequentemente na televisão a apoiar Trump. Waltz disse que está aberto ao cargo, mas que, em primeiro lugar, está concentrado em ajudar Trump a ganhar.
Também apoia Trump em questões fundamentais, incluindo a posição sobre a Ucrânia, afirmando que os EUA deveriam defender a própria fronteira em vez de fornecer mais ajuda militar ao país devastado pela guerra.
Robert F. Kennedy Jr.
Kennedy parece pensar que tem hipóteses de ter um papel numa potencial administração Trump. E tem boas razões para isso.
Num comício esta semana, Trump disse do seu antigo rival presidencial que o deixaria "fazer o que quisesse" com os cuidados de saúde das mulheres se chegasse à Casa Branca.
Apesar disso, membros sénior da campanha de Trump excluíram a possibilidade de Kennedy conseguir um emprego no Departamento de Saúde da administração.
No entanto, esta notícia parece ainda não ter chegado ao próprio Trump, que afirmou que Kennedy teria um "grande papel na administração". Durante um comício no Madison Square Garden, Trump disse que Kennedy poderia "ir à loucura" em matéria de alimentos e medicamentos se ganhasse.
O negacionista antivacinação afirmou que está em contacto com Trump e que poderia ter um papel influente num novo Governo, se não oficial.
Donald Trump e Robert F. Kennedy Jr. durante a campanha eleitoral. Alex Brandon/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
Howard Lutnick
Trump disse numa entrevista à Bloomberg, em junho, que estava a considerar Jamie Dimon, diretor executivo do JPMorgan, para secretário do Tesouro, mas depois voltou atrás.
Os meios de comunicação social norte-americanos também apontaram Howard Lutnick como um potencial candidato, entre outros, a secretário do Tesouro. Lutnick ajudou a promover o apoio a Trump em Wall Street e apareceu publicamente para impulsionar a sua campanha, angariando mais de 75 milhões de dólares (68 milhões de euros).
Howard Lutnick desempenha atualmente um papel de liderança na equipa de transição de Trump, onde supervisiona a equipa para um potencial segundo mandato de Trump.
O milionário é fervorosamente pró-Israel, de acordo com o Jewish Insider, e afirmou que a decisão de se tornar mais ativo na campanha de Trump foi tomada depois de o Hamas ter atacado Israel a 7 de outubro de 2023.
Howard Lutnick discursa diante de Donald Trump, num comício de campanha no Madison Square Garden, em Nova Iorque. Evan Vucci/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Robert Lighthizer
Robert Lighthizer, antigo representante dos EUA para o Comércio, foi uma figura-chave no primeiro mandato de Trump e manteve-se próximo do antigo presidente. Foi também apontado como secretário do Tesouro, caso Trump ganhe as chaves da Casa Branca.
Anteriormente, Lighthizer defendeu que os EUA deviam adotar uma abordagem nacionalista para comércio e tem sido um grande defensor das propostas tarifárias de Trump.
Elon Musk
Trump tem elogiado bastante o bilionário da tecnologia e o apoio financeiro que tem dado à campanha republicana.
Musk apelou a um corte drástico nas despesas do Governo, embora não tenha fornecido pormenores sobre onde o machado cairia.
Também apresentou a ideia de um novo Departamento da Eficiência Governamental, que teria a tarefa de auditar o governo federal e recomendar reformas.
No início desta semana, Trump pareceu descartar a possibilidade de Musk ter um papel oficial no gabinete.
"[Musk] não se quer tornar um secretário de alguma coisa. Quero dizer, eu adoraria tê-lo para ser honesto... Mas ele está a fazer várias outras coisas ", disse Trump num comício no Arizona.
No entanto, Trump admitiu querer que Musk tivesse um papel não especificado no Governo.
Esta semana, no entanto, Lutnick disse à CNN que Musk seria um consultor do potencial Governo de Trump.
"Escrevendo software para o Governo e, em seguida, dando o software para o Governo e ajudando o governo", disse Lutnick. "Vai ser fantástico".