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Foto do escritorRedação Bisbilhoteiro

"Burro, covarde": Bolsonaro já foi alvo de Olavo de Carvalho

Escritor tenta se descolar do bolsonarismo; críticas direcionadas a integrantes ou setores do atual governo foram frequentes nos últimos três anos


O escritor Olavo de Carvalho tenta cada vez mais se afastar do título de "guru bolsonarista". O movimento de descolamento de Jair Bolsonaro ficou explícito recentemente, mas críticas direcionadas a integrantes ou setores do atual governo foram frequentes nos últimos três anos. Os militares, por exemplo, foram alvo constantes do escritor.


No começo de dezembro, Olavo reiterou à Polícia Federal que não tem nenhuma relação com a família de Bolsonaro. Em live realizada nesta segunda-feira, 20, voltou a chamar o presidente da República de "covarde", "prefeito do interior" e apostou que ele não terá chances de vitória em 2022. Também se disse "usado" pelo chefe do Executivo.

Quando presidente eleito em 2018, Bolsonaro chegou a pedir indicações de nomes para os ministérios diretamente a Olavo - é atribuída a ele a indicação do ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo. Em entrevista ao Estadão, o escritor disse que a eleição tinha "que ser respeitada" e rejeitou que seria um "ideólogo" do presidente. Ainda assim, a venda de seus livros triplicou durante o período eleitoral.


Em março de 2019, Olavo compareceu a um evento organizado pelo ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon. Lá, afirmou que amava o presidente, mas que o governo ia mal por estar cercado de militares "traidores" e chamou o vice-presidente Hamilton Mourão de "idiota". "É só continuar isso mais seis meses e acabou", disse. No mesmo mês, sugeriu que as "poucas dezenas" de seus "alunos" que ocupavam cargos no governo deveriam "abandoná-los o mais cedo possível" .


Nas semanas seguintes, Olavo publicou um vídeo criticando o núcleo militar do governo. Disse, por exemplo, que a última contribuição das escolas militares à alta cultura nacional foram as obras do Euclides da Cunha. "Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada."


A conta oficial de Jair Bolsonaro e a de seu filho, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, compartilharam a publicação - excluída horas depois. Por meio de pronunciamento do porta-voz da Presidência, o presidente defendeu que as declarações de Olavo "não contribuem" no que chamou de projeto de governo. No texto, tentou equilibrar a situação e ressaltou o papel de Carvalho em sua eleição. Já o vice-presidente Hamilton Mourão disse estar "de saco cheio" e que não aguentaria calado novos ataques.


A relação foi se tornando mais hostil com o tempo. Em maio de 2020, em entrevista à BBC Brasil, Olavo afirmou que é possível chamar Bolsonaro de "burro". Disse, porém, que ele não seria ladrão. Em junho, acrescentou os adjetivos "fraco" e "covarde" ao presidente. "Quer levar um processo de prevaricação da minha parte? Se esse pessoal não consegue derrubar o governo, eu derrubo", escreveu no Twitter. No mesmo dia, disse que continuava ao lado do presidente, mas que não traria mais "palavras doces".


Defesa:


Um mês depois, voltou atrás. Bolsonaro havia indicado o secretário de Educação do Paraná Renato Feder para assumir o Ministério da Educação, movimento que desagradou a ala ideológica do governo. Olavo decidiu defender o presidente. "Nenhum petista renegou o Lula depois do roubo de três trilhões, mas o Bolsonaro dá um peido e já mil bolsonaristas o abandonam. Eu não abandono. Dou esporro, mas não nego apoio", publicou nas redes sociais.


Já em outubro daquele ano, o perfil Sleeping Giants fez uma campanha contra o escritor que provocou 250 financiadores a dissociarem suas marcas dos conteúdos publicados por ele. No mês seguinte, Carvalho voltou a atacar Bolsonaro: "Se você não é capaz nem de defender a liberdade dos seus mais fiéis amigos, renuncie e vá para casa", publicou (). Em outra ocasião, defendeu que o presidente é um "fracasso" na luta contra o comunismo.


À Polícia Federal, Olavo também negou que mantém relações com a família presidencial. Em depoimento prestado no âmbito do inquérito das milícias digitais, o ideólogo disse que só conversou com Bolsonaro em quatro ocasiões. Em live semanas depois, disse duvidar que o presidente teria lido seus livros e acredita que foi usado em 2018 para angariar votos











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