Demônios, seres espirituais do mal, espíritos malignos, diabo, Satanás. Seja qual for o nome que você escolher, é crucial compreender que eles existem e lutam contra nós, em uma batalha invisível (muitas vezes sentida na pele!), onde nossas vidas estão inseridas.
Essa guerra não está além do nosso alcance – ela é espiritual, mas acontece aqui e agora, entre nós, no meio de nossos relacionamentos e necessidades.
O prêmio dessa batalha é geralmente o nosso coração – somos os alvos finais. E, por mais que tentemos, não podemos ser neutros nessa luta.
A Palavra de Deus nos instrui sobre isso em diversos trechos. O texto que trago para nossa reflexão é de Paulo, na carta aos Efésios.
Esta batalha é contra o mal estabelecido – Paulo, em Efésios, diz que lutamos contra os "kosmokratoras" (Efésios 6:11-12), que ele chama de “dominadores deste mundo tenebroso”. São seres que planejam e executam o mal, com estratégias detalhadas que envolvem nossas vidas. São os burocratas do mundo maligno, arquitetando a destruição do bem na Terra, trazendo injustiças, desvios e corrupções.
Nessa batalha, aqueles que são de Cristo têm autoridade sobre esse mal, uma autoridade outorgada a Jesus através de sua obediência a Deus, e que Ele nos concede.
Em Lucas 11, Jesus, o Mais Valente, toma a armadura do adversário derrotado na cruz. A palavra para armadura, 'panoplian' (em grego), designa uma armadura especial usada por generais. Jesus vence o adversário e divide os despojos com sua Igreja, revestindo-nos com poder e autoridade sobre o mal.
Voltando ao texto de Efésios 6, Paulo argumenta que devemos tomar esta armadura (dada por Jesus) e vesti-la para poder batalhar contra o mal. Aqui em Efésios é utilizada a mesma palavra de Lucas para armadura – ‘panoplian’, indicando que é aquela armadura que é dada a nós pela autoridade de Cristo.
É o poder de Jesus que nos protege através dessa armadura.
O que não podemos fazer é espiritualizar excessivamente essa batalha. Ela não ocorre no céu ou entre as nuvens, mas aqui, agora, em nosso mundo, em meio aos nossos relacionamentos, no trabalho, na família, no casamento, nos negócios, nos estudos, na sexualidade e muito mais.
Paulo escreveu sobre essa luta enquanto estava preso, algemado, sozinho e sentindo-se desprezado. Isso nos lembra que nossa luta não é contra carne e sangue (ou seja, não é contra pessoas!), mas pela libertação das pessoas, incluindo nós mesmos. É uma luta contra a injustiça, falsos relacionamentos, deturpação da verdade, falsidade e hipocrisia – uma batalha travada no íntimo de nossos corações, onde vitórias e derrotas são vividas no dia a dia.
A luta se manifesta quando a dor chega e a resposta de Deus parece demorar ou ser negativa; quando o casamento se deteriora a ponto de o divórcio parecer a única solução; quando um filho adolescente ignora os apelos e se envolve com drogas e más companhias; quando um pai ou mãe vê o filho recém-nascido com uma doença terminal; quando um amigo próximo se volta contra você; quando uma criança se alimenta do lixo porque seus pais não têm condições de proporcionar uma vida digna; e em muitos outros momentos.
É nesta horizontalidade cotidiana, muitas vezes sofrida e injusta, que a batalha acontece – é aí que vitórias são ganhas ou derrotas experimentadas. É aí que a armadura faz sentido, quando, em meio a essas situações sombrias, rendemo-nos a Deus com fé, não como um salto no escuro, mas com a certeza de que estamos revestidos com Sua autoridade e poder, para extrair vida, esperança e soluções dos nossos relacionamentos e circunstâncias.
Precisamos nos voltar sempre para Deus, dedicando-nos à oração e consagração, buscando orientação em Sua Palavra e nos princípios que regem nossas vidas pelo Evangelho de Cristo. Só assim podemos encontrar força e discernimento para enfrentar as batalhas diárias com confiança, esperança e o poder de Deus.
Paulo diz que a armadura tem as seguintes partes: Verdade, Justiça, Evangelho da Paz, Fé, Salvação e Palavra de Deus. Tudo isso junto com a Oração compõem nossa vestimenta para nossa luta contra o mal em nossas vidas e nas vidas das pessoas que nos cercam.
Vista a armadura de Deus, dada a nós por Jesus e fique firme em sua luta contra o mal que tenta fazer você ficar prostrado, abatido, apático, sem fé, sem direção e sem esperança.
· Como você tem lidado com as lutas e desafios do seu dia a dia?
· Em momentos de dificuldade, onde você tem buscado força e orientação?
· Você acredita que pode resistir às tentações e pressões sem o poder de Deus?
· Com que frequência você se consagra a Deus e busca Sua orientação através da oração e da leitura da Bíblia?
· Como os princípios do Evangelho de Cristo têm moldado suas decisões e ações diante das adversidades?
Pr. Gedeon Lidório
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