Alexandre Curi com apoio das esquerdas?
- Walber Guimarães Junior
- há 1 dia
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Por Walber Guimarães Junior, engenheiro e comunicador.
Muitos acreditaram que a eleição 2026 no Paraná poderia fugir do figurino tradicional, com a inclusão de um terceiro polo, sendo dois à direita e o terceiro pela centro esquerda. Cheguei a fazer este desenho neste espaço, mas política é filme e a resenha foi apenas uma foto superada pelos fatos e, premida pela realidade nacional, o quadro no estado tende a ser polarizado.

Todos já perceberam que a direita ocupa dois postos na disputa, praticamente já consolidados; o Senador Sergio Moro, líder das pesquisas ancorado em recall excelente, e a vaga da situação, com favoritismo do presidente da ALEP deputado Alexandre Curi, com o preferido do governador Ratinho, Secretario Guto Silva, como correndo por fora, ainda na disputa. Rafael Greca, com muita viabilidade eleitoral, foi devidamente enquadrado no esquema oficial, alojado em uma secretaria, tem peso, mas não demonstra disposição para atos de rebeldia ou aventura eleitoral.
Persiste a remota possibilidade de aliança nacional entre PSD e o União Brasil, quase vinculado em federação ou fusão com o PP, que provocaria um rebuliço na política estadual, com a possibilidade de Moro se tornar candidato oficial. Além de improvável, dificilmente Ratinho conseguiria impedir reações internas, sendo provável que a base sofreria rupturas indesejáveis.
Resta ainda a montagem do quebra cabeças, com apenas três vagas em aberto, vice e duas para o Senado, para composição e muitos pretendentes a serem acomodados, tarefa extremamente sensível porque eventuais descontentes têm vaga de primeira classe no comboio de Sergio Moro.
Perceba que estamos em plena resenha sobre a sucessão estadual, sem citar nenhum nome de esquerda, refletindo a remota possibilidade deste campo entrar em campo com um nome competitivo. Faltam alternativas reais e os nomes disponíveis estão escalados para outros projetos. Gleisi Hofmann, sem dar chance para o azar, segue na disputa para a Câmara Federal, Zeca Dirceu de olho no Senado e Enio Verri, nome mais adequado para a disputa majoritária, segue em Itaipu para priorizar a composição nacional que precisa do Paraná na mesa de negociações.
Ainda que o presidente Lula, tenha fechado espaços exclusivos para o time da casa, garantindo unidade da esquerda para o primeiro turno, a disputa em dois tempos exige que a candidatura se desloque em direção ao centro, indo além das siglas parceiras, PSB e, especial, sendo o PSD e o MDB as alianças mais adequadas para montar o tabuleiro nacional, inclusive porque as demais siglas competitivas parecem muito mais próximas dos palanques da direita e, mesmo com Ratinho no páreo, Gilberto Kassab segue firma com o pé em duas canoas.
Em leitura pragmática, a esquerda paranaense sabe que a disputa para o governo é uma hipótese remota e montar um quadro onde um petista, talvez Zeca Dirceu, seja uma alternativa viável como segundo nome para o Senado é uma possibilidade muito mais real. Lógico, em aliança com Sergio Moro é impensável, logo sobra apenas uma alternativa.
Embora nada deva ser formalizado, porque seria indigesto para todos, uma aliança branca entre o PT e um candidato de centro direita é uma possibilidade real e o nome foi o spoiler que introduziu este texto.
Sim, a possibilidade de uma aliança informal entre Alexandre Curi e o PT é real e basta que os observadores atentos percebam os sinais recíprocos emitidos neste início de ano. Nada definitivo porque o jogo nacional é que determina os movimentos no tabuleiro estadual, mas tende a se fortalecer como alternativa razoável para todos.
Nem imagine o PT pedindo votos para Curi, mas, considerando que a outra alternativa é Sergio Moro, a opção, por exclusão é bem natural, inclusive porque no segundo turno, o voto casado 13 e 55 é o sonho de consumo também de Brasília.
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