A Verdade Não Precisa de Nova Versão

Vivemos em um tempo onde tudo é reeditado. Histórias antigas são recontadas, mas não apenas para acrescentar criatividade ou enriquecer a narrativa—elas são transformadas para se adequarem a um novo ideal. O problema não é a mudança de um conto de fadas, mas o que essa mudança representa.

O mundo moderno rejeita fragilidade, vulnerabilidade e dependência. O ideal agora é ser autossuficiente, inabalável, independente de qualquer autoridade. Ser salvo se tornou humilhante. Ser submisso virou sinônimo de opressão. Essa não é apenas uma mudança de pensamento; é um sequestro da Verdade.

E a reedição não parou nos contos de fadas. A própria fé cristã tem sido refabricada para se tornar mais aceitável. O Cristo que se entregou tornou-se apenas um ativista de causas terrenas. O pecado já não é mais algo que separa o homem de Deus, mas apenas uma estrutura social a ser reformada. O Evangelho, que sempre foi sobre redenção, agora é reduzido a autoafirmação.

Mas a verdade de Deus não precisa ser reescrita. Ele não muda. Seu plano para a humanidade sempre foi claro: não somos heróis da nossa própria história. Não precisamos de uma narrativa onde conquistamos tudo sozinhos, pois fomos criados para depender, para confiar, para nos render àquele que é maior do que nós.

A Bíblia não conta a história de pessoas que encontraram seu próprio caminho e se salvaram. Pelo contrário, ela nos mostra um povo que estava morto e foi trazido de volta à vida. Mostra um Deus que não precisaria se preocupar conosco, mas escolheu nos amar a ponto de se entregar em nosso lugar.

O verdadeiro Evangelho não é sobre autonomia, mas sobre reconciliação. Não é sobre nos firmarmos em nossa própria força, mas sobre reconhecermos nossa fraqueza e nos lançarmos na graça daquele que nos sustenta.

Enquanto o mundo busca reescrever histórias, nós nos apegamos àquela que nunca precisou de edição: a história do Deus que salva pecadores e os transforma para a Sua glória. Essa é a única verdade que realmente liberta.